Moradores da Rua Salim Izar, no bairro Morumbi, passaram a manhã de hoje (15) contabilizando os prejuízos em decorrências das chuvas que atingiram ontem (14) a capital paulista. “Geladeira, sofá e máquina de lavar eu não sei se vão funcionar ainda”, contou a vendedora Fabiana Cardoso, 27 anos, que mora há dez anos na mesma casa. Localizada ao lado de um córrego, a chuva fez com que a água subisse pelo menos 1 metro na rua. “Do tempo que moro aqui isso nunca tinha acontecido antes”, completou.
Tapetes estendidos nos muros, sacolas de lixo com o que não pôde ser recuperado e mangueiras de água para retirar a lama que entrou nas casas compunham o cenário encontrado no fim da manhã de hoje na rua. O comerciante José Nunes Paim, de 72 anos, contabiliza pelo menos R$ 1,5 mil de prejuízo com a lavagem de tapetes e sofás. “Já mandei lavar. A gente tem medo de pegar alguma doença com essa água suja que entrou em casa.”
José Nunes Paim contou que desde as 18h de ontem retira lama da casa. “E ainda tem terra para ser tirada. Foi só por cima”, descreveu. Ele mora há 23 anos à beira do córrego e diz que nunca ocorreu algo parecido na rua. “[A água] nunca passou do portão. Desta vez, entrou com tudo. Acho que tem a ver com a terra que desceu do barranco nos últimos tempos”, avaliou.
Com previsão de mais chuva para o fim da tarde de hoje, Fabiana ainda mantém móveis e eletrodomésticos suspensos dentro de casa. “A água subiu muito rápido ontem. A chuva durou pouco tempo, mas foi suficiente para fazer esse estrago”, declarou. A comerciante Míriam Figueiredo, 46 anos, também está apreensiva com a provável chuva. “As árvores [à beira do córrego] estão com raízes expostas. Isso é um risco também, porque pode cair nas casas”, alertou.