Em meio a maços de cédulas de dinheiro vivo, caixas de telefone celular e computador, a Operação Caifás achou frascos de perfumes na posse do monsenhor Epitácio Cardoso Pessoa, preso na Operação Caifás por suspeita de ligação com desvios de R$ 2 milhões do dízimo e doações dos fiéis da Diocese de Formosa, Goiás. O bispo dom José Ronaldo também foi preso, além de quatro padres e do vigário-geral.
Um investigador que fazia as buscas no quarto do monsenhor encontrou fragrâncias e perguntou. “Muito perfume. O sr. gosta de perfumes?”
“Gosto”, disse o religioso.
O Ministério Público de Goiás e da Polícia Civil encontraram um fundo falso no armário do quarto de Epitácio. No interior, empacotados, R$ 70 mil e dólares em dinheiro vivo.
O flagrante da dinheirama no fundo falso do armário do monsenhor foi filmado pelos agentes da Caifás, missão conjunta do Ministério Público e da Polícia Civil de Goiás. O vídeo tem cerca de 3 minutos.
“O dinheiro é da paróquia, o dinheiro não é meu”, afirmou monsenhor Epitácio antes de o dinheiro ser encontrado pelos policiais. “Vocês dão uma olhada no banco, o dinheiro que eu tenho é de aposentadoria.”
Um agente usou um canivete para rasgar o fundo do armário.
“Nossa, olha o tanto de dinheiro!”, surpreendeu-se o policial com a descoberta.
“Esse dinheiro é da paróquia”, defendeu-se o monsenhor.
“Eu perguntei para o sr. se tinha mais dinheiro aquela hora, o sr. falou que não tinha”, questiona um investigador.
“Tem”, admite monsenhor Epitácio.
“Vou perguntar de novo para o sr. Tem mais dinheiro aqui?”, insiste o policial.
“Na casa, não”, diz o monsenhor.
Em seguida, outro agente avisa: “Nossa, olha o tanto de dinheiro aqui.”
O agente se referia a uma gaveta com notas dobradas de R$ 2, de R$ 5 e de R$ 20 e também muitas moedas.
“Isso aí é de ontem, da coleta”, afirma Epitácio Cardoso Pereira.
“Ei, seu monsenhor, mas é isso que a gente está perguntando, pedindo para o sr. mostrar o dinheiro todo aqui”, diz um agente.
“Esse é da paróquia também”, reitera o monsenhor.