O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse nesta sexta-feira (20) que modificar o comando aéreo nacional custaria cerca de R$ 8 bilhões, conforme estimativa que recebeu, para criar dois sistemas: um civil, que cuidaria do tráfego aéreo, e outro para uma função de defesa do espaço nacional. Além disso, qualquer mudança demandaria um tempo de adaptação, ponderou o deputado, ao ser indagado sobre se seria favorável ao controle militar do tráfego aéreo. "Não tenho acúmulo suficiente para ter uma posição definitiva", respondeu.

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Chinaglia defendeu que seja feito um diagnóstico sobre se há riscos na aviação e quais seriam eles. O deputado considerou que a investigação do acidente com o vôo 3054 da TAM, na terça-feira é prioritária. Ao ser questionado sobre o desempenho da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Chinaglia disse que não tem elementos suficientes para avaliar. Ele reconheceu que há aumento do estresse dos passageiros após o acidente com o avião da Gol, no ano passado, que aparentemente não tem relação com o desastre no vôo da TAM esta semana, conforme avaliação do deputado.

O deputado observou que a imprensa fala sobre uma possível pressão das companhias aéreas sobre a Anac contra o reordenamento do tráfego aéreo. "Acho que a Anac, se transigiu, não poderia ter transigido", afirmou, defendendo que a agência faça o que é necessário para as "vidas humanas" e não para "atender interesse comercial".

Agências reguladoras

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As empresas aéreas tentam fazer o mais adequado do ponto de vista de seu gerenciamento, disse Chinaglia, mas o direção do sistema aéreo tem que atender aos interesses da sociedade, defendeu ele. O deputado recordou que sua posição política e ideológica é de questionamento às agências reguladoras, pois seus dirigentes têm mandato definido, "o Congresso não controla, o presidente da República não controla e ninguém controla".

"Se há alguma falha de qualquer agência reguladora, e eu tenho muita cautela em atribuir falha à Anac, mas se há nós temos que fazer denúncia, pressão e, se tem mandato, temos que rever", analisou. O presidente da Câmara acompanhou hoje em Porto Alegre o velório do deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), que morreu no acidente do vôo 3054 da TAM.

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