Daniel, Cristian Cravinhos e Suzane Louise foram apresentados pela polícia. |
São Paulo – A jovem Suzane Louise von Richthofen, de 19 anos, confessou ontem ter planejado o assassinato de seus pais, o engenheiro Manfred Albert von Richthofen, 49 anos, e a psiquiatra Marísia von Richthofen, 50 anos, no último dia 31 de outubro, no Brooklin, bairro de São Paulo. Suzane disse que praticou o crime por amor ao namorado, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, de 21 anos.
O irmão de Daniel, Cristian, 26 de anos, também participou do crime, segundo o delegado Domingos Paulo Neto, que concedeu entrevista coletiva sobre o caso. Os pais de Suzane não aceitavam o namoro da filha com Daniel e não queriam que os dois jovens morassem juntos. Os três criminosos estão com a prisão temporária decretada. O delegado explicou que os três responderão pela mesma acusação. A pena para homicídio qualificado varia entre 12 e 30 anos.
Seguindo o delegado, as mortes foram planejadas com pelo menos dois meses de antecedência. O crime ocorreu por volta da meia-noite e a ação durou cerca de 30 minutos. Daniel e seu irmão Cristian usaram meias-calças e luvas cirúrgicas no momento do assassinato para que não sobrassem digitais ou pêlos no local do crime. A dupla matou o casal com golpes de barras de ferro na cabeça. Daniel atacou o sogro com uma quantidade grande de golpes e seu irmão deu cinco golpes em Marísia. O casal, que estava dormindo em seu quarto, chegou a reagir. As armas, canos de ferro com madeira na parte interna, foram fabricadas por Daniel e levadas para a casa das vítimas dentro do carro de Suzane.
Ainda segundo a polícia, Suzane informou que estava em casa durante os dois assassinatos, mas não viu as mortes. Ela entrou na casa primeiro, desativou o sistema de alarme de sua casa que fica na Rua Zacarias de Góes, no Brooklin, e acendeu a luz de um corredor, sinal combinado com os jovens para entrar na casa. O circuito de TV da casa permaneceu ligado, mas as imagens transmitidas não são gravadas.
A jovem foi responsável por colocar as roupas e outros objetos utilizados pelos criminosos em um saco plástico, abandonado na Avenida Ibirapuera. O delegado disse, ainda, que Suzane se preocupou em retirar o irmão Andreas, 15, de casa, antes das mortes ocorrerem. Ele foi levado ao Cybercafé Red Planet, no bairro em que vivem. Suzane excluiu qualquer participação de seu irmão nos homicídios. Para o delegado, houve contradições nos depoimentos prestados. Daniel teria afirmado que ele e Suzane foram para a rodovia Raposo Tavares para procurar um motel, o que seria o álibi do casal. Suzane disse que eles teriam ido primeiro para a casa dela e depois para a Raposo Tavares.
Os investigadores encontraram dólares escondidos dentro de uma raquete e de um rádio na casa de Cristian, que mora com a avó. Também foram encontrados US$ 1,5 mil e R$ 700 dentro de um estabilizador (equipamento de computador) na casa de Daniel, que mora com o pai.
Pena pode ser de 60 anos de prisão
São Paulo
– Suzane Louise von Richthofen, seu namorado, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, de 21 anos e o irmão de Daniel, Cristian, 26, devem pegar de 12 a 30 anos de cadeia. O promotor Virgílio Antônio Ferraz do Amaral, que acompanhou o caso e deve ser o responsável pelo inquérito, afirmou que os três assassinos dos pais de Suzane devem ser indiciados por duplo homicídio qualificado e conexão com roubo.Manfred Albert Richthofen, 49 anos, e Marísia Von Richthofen, 50, foram mortos a pancadas na casa em que vivem, no Campo Belo, no último dia 31 de outubro. Suzane, Daniel e Cristian podem ser condenados a até 60 anos de prisão, já que a pena máxima por homicídio é de 30 anos e eles cometeram dois assassinatos. No entanto, o máximo de tempo que alguém pode ficar detido, no Brasil, é 30 anos. Como os três são réus primários, a pena deles não deve chegar a 30 anos. Os assassinos já tiveram a prisão preventiva decretada. Suzane foi levada à prisão feminina no 89.º Distrito Policial e os rapazes, no 77.º DP.
Andreas von Richthofen, de 15 anos, filho do casal Marísia e Manfred, assassinado no dia 31 de outubro, ficou chocado quando sua irmã Suzane confessou ter participado da elaboração do assassinato dos pais. Andreas é o único irmão de Suzane e foi tirado da casa no momento do crime.