Londres (ABr) – A delegação do governo brasileiro enviada a Londres para se inteirar da investigação da morte do mineiro Jean Charles de Menezes se reuniu ontem pela manhã com o juiz John Sampson, encarregado das decisões que serão tomadas a partir da conclusão do inquérito, em fevereiro de 2006. O conteúdo da reunião não foi divulgado.

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Jean Charles, que tinha 27 anos, foi morto por policiais britânicos no metrô de Londres, após ser confundido com um terrorista, no dia 22 de julho.

A delegação brasileira está na cidade desde segunda-feira, e foi enviada depois da divulgação de documentos que contradiziam a versão preliminar da polícia sobre o caso -de que Jean Charles apresentava comportamento suspeito quando foi alvejado. Os representantes do governo brasileiro voltam hoje para Brasília.

Na noite de quarta-feira, a delegação encontrou-se com as advogadas da família de Jean Charles, Gareth Pierce e Harriet Wistrich, que acusaram a Polícia Metropolitana (a Scotland Yard) de falta de transparência.

Culpado

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O Brasil quer que o governo britânico aponte um culpado pelo assassinato de Jean Charles de Menezes, segundo disse o diretor do Departamento das Comunidades Brasileiras no Exterior do Itamaraty, embaixador Manoel Gomes Pereira, integrante da delegação enviada a Londres.

?A nossa idéia é de que o inquérito e o processo levem a indicação de alguém que tenha sido responsável por isso.?

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Pereira disse que ?há uma pessoa morta. Houve tiros. E alguém terá, de certa maneira, ao fim do processo, ser responsabilizado por isso. O que nós consideramos é que, esse caso que está sendo tão importante tanto aqui na Grã-Bretanha e quanto no Brasil, tem como conseqüência o fato de que tanto a família como o governo brasileiro merecem certas respostas. É o caso que nós não podemos terminar sem resposta?, afirmou Pereira.