Missa por vítimas do acidente da TAM reúne 2.500 na Catedral da Sé

Orações, revolta e lágrimas. A emoção dominou os parentes, amigos e colegas de trabalho que assistiram ontem à missa celebrada pelo arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, na Catedral da Sé. Eram cerca de 2.500 fiéis cantando e rezando pelas vítimas do Airbus da TAM. Assessor de comunicação da arquidiocese, o padre Juarez Pedro de Castro criticou, no altar, a reação do assessor da Presidência da República Marco Aurélio Garcia, na quinta-feira, ao ouvir pela TV uma versão de que uma falha mecânica poderia ser uma das causas do acidente. ?A resposta (das autoridades) não pode ser o silêncio, nem o descaso e, muito menos, gestos obscenos.? A multidão aplaudiu.

Mais tarde, o arcebispo desconversou após ser questionado por jornalistas sobre a forma como Garcia reagiu. ?Gestos obscenos eu não vou comentar aqui dentro da igreja.? Indagado se poderia se manifestar fora da catedral, disse: ?Quem fez os gestos que os comente?.

A cerimônia, para a qual foram convidadas também autoridades, foi um gesto concreto da Igreja de apoio às famílias de todos os que morreram na tragédia. ?Queremos dizer a todas essas pessoas que estamos sofrendo com elas?, disse d. Odilo. Ali estavam, entre outros, o prefeito Gilberto Kassab, o secretário estadual de Justiça, Luiz Antônio Marrey, e o procurador-geral de Justiça Rodrigo Pinho. Em luto pela morte de sua mãe, na sexta-feira, o governador José Serra não esteve presente. Não havia nenhum representante do governo federal.

Muitos parentes levaram à catedral cartazes e imagens das vítimas. ?Katiane, nunca te esqueceremos?, dizia um cartaz, com a fotografia de Katiane Maliszewski, vestida de beca, no dia de sua formatura. Lígia Dembinski também chorava, amparada pelo marido, Mário Pallares. Ela perdeu a mãe, Élida, de 55 anos. ?Não pode acontecer de novo?, repetia ela, pedindo investigação séria sobre a tragédia. Quando d. Odilo cobrou o mesmo, todos aplaudiram – inclusive as autoridades, na ala esquerda da nave central da igreja. Os funcionários da TAM que foram à cerimônia não quiseram dar entrevistas – ?não estamos autorizados?, diziam.

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