O senador Mauro Miranda (PMDB-GO) disse que o aumento abusivo no número de multas é o resultado mais visível do Código de Trânsito Brasileiro, aprovado pelo Congresso Nacional em 23 de setembro de 1997 e em vigor desde janeiro de 1998. Miranda disse que há uma indústria de multas, com os chamados “pardais” e os radares móveis, que tem como sócios os fabricantes dessas engenhocas. Para Mauro Miranda, trata-se apenas de um negócio, com fins de arrecadação, sem que o motorista tenha qualquer garantia de que os instrumentos estejam aferidos. O senador leu entrevista do ex-presidente do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) Délio Cardoso, na revista da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em que ele diz que 20 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito em 2000, e outras tantas em 2001, números oficiais que não refletiriam a realidade ? na verdade, segundo Délio Cardoso, morreram muito mais pessoas. Segundo Mauro Miranda, a indústria de multas já gerou um subproduto, a indústria do protesto contra as multas, com escritórios inescrupulosos de advogados que se apresentam para recursos junto aos Detrans e iludem o cidadão comum. Para o senador, não há qualquer efeito educativo nos radares e o poder público não tem investido em educação de trânsito. Em aparte, o senador Francisco Escórcio (PMDB-MA) também atacou o que chama de “indústria de arrecadação de pardais”, e sugeriu que se instale uma CPI para apurar quem se beneficia com isso. Escórcio disse que recebeu denúncias de que o dinheiro das multas financia campanhas eleitorais. Mauro Miranda acrescentou que, em Goiás, o dinheiro do Detran é usado para bancar shows nos governos itinerantes do governador Marconi Perillo. (Fonte: Agência Senado)
Miranda: Código de Trânsito trouxe indústria de multas
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