Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 O dilema de Lula é reforçar as disputas regionais e acabar ficando com um ministério fraco politicamente, formado por técnicos.

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Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuar dizendo que há condições para ele possa definir se será ou não candidato à reeleição e que só no fim do primeiro trimestre decidirá o seu futuro, vários de seus ministros já dão como certa a sua presença na disputa eleitoral.

"O presidente nunca me disse se é candidato ou não, mas, se você quer convicção íntima, eu tenho certeza absoluta de que ele será candidato e que vai ganhar a eleição", declarou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que saiu em defesa da candidatura Lula.

"O nosso governo tem números incomparáveis. As reservas, a queda da inflação, a distribuição de renda, o trabalho de Minas e Energia tudo isso é muito melhor e ganha numa comparação com qualquer outro governo", afirmou. "Acredito, portanto, que essa série de números e de bons resultados que o governo está tendo vai levar o presidente à eleição e a uma vitória."

Mas o ministro Márcio Thomaz Bastos não quis opinar sobre a conveniência de Lula anunciar sua candidatura agora. "Isso é uma questão de conveniência política . Eu não sou político", desconversou. Já o ministro da Coordenação Política, Jacques Wagner, acredita que o presidente Lula vá anunciar a sua decisão nos dois primeiros meses do governo. Assegurou ainda que, se depender dele e do partido, o candidato será ele, mas não quis falar sobre quem prefere de adversário.

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"Não escolho adversário, quem escolhe são os partidos adversários. Nós escolhemos nosso candidato, se depender da nossa vontade é o presidente Luiz Inácio", salientou Wagner, acrescentando que "cada candidato de oposição tem qualidades e defeitos, e aqueles que escolherem nós vamos disputar, porque não acho que a disputa é de pessoa a pessoa, é de projeto contra projeto".

Ao PT, na reunião de anteontem na Granja do Torto, Lula sinalizou que sua decisão será conhecida até o final do primeiro trimestre, conforme revelou o presidente do partido, Ricardo Berzoini.

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"A decisão de uma candidatura como essa é muito pessoal. O presidente tem o apoio de todos os partidos que estão na base, o PT fez isso ontem informalmente, mas cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir, e creio que ele o fará dentro dos dois primeiros meses do ano que vem", comentou Jacques Wagner, que aproveitou para criticar a posição da CPI dos Correios que apontou indícios da existência do mensalão.

"O PT precisa mostrar para a sociedade brasileira, que o episódio é muito menor do que tanto se apregoou das denúncias envolvendo parte da direção do PT", disse, acrescentando que "isso é um episódio isolado, não é a cara, não é a vida, não é a alma do PT e não é a alma deste governo".