Brasília – Insatisfeito com o baixo nível de investimentos de seu governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigiu ontem, durante reunião ministerial em Brasília, um relatório mensal de gastos em investimentos e execuções orçamentárias dos ministérios. As informações são do ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, que falou à imprensa logo após deixar a Granja do Torto.
“O presidente cobrou dos ministros agilidade na execução dos programas de governo, acho que isso é uma coisa importante para o desempenho da economia, a criação de empregos e a geração de renda”, disse Rebelo, que relatou ainda que o presidente pediu empenho de todos os ministros para ajudar na aprovação do salário mínimo de R$ 260 pelo Senado.
Questionado se as determinações de Lula vão aumentar a pressão sobre os ministérios, o ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, disse que “sem dúvida é uma pressão sobre a máquina, sobre cada um de nós. Cabe a nós passarmos a pressão sobre cada equipe”.
Terminado o primeiro trimestre do ano, o Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais) registrava que a União investiu apenas 1,99% do total previsto no Orçamento de 2004. As áreas que mais contribuíram foram: saneamento, habitação, desporto e lazer, organização agrária e transportes. Os baixos investimentos permitiram ao governo Lula gerar em abril um superávit primário (receitas menos despesas, sem incluir gastos com juros) recorde de R$ 11,9 bilhões.
Não fosse o pagamento da primeira das quatro parcelas do novo avião presidencial encomendado por Lula, que consumiu quase R$ 47 milhões em fevereiro, os investimentos públicos nem teriam alcançado R$ 100 milhões até a data do último levantamento disponível. Na ocasião da divulgação das despesas no trimestre, o Ministério do Planejamento considerou normal o ritmo de gastos que vem ocorrendo. A avaliação levada ao presidente da República considera o conjunto de gastos com investimentos e manutenção da máquina ? chamados de custeio).
Na reunião ministerial de ontem na Granja do Torto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a seus ministros um documento preparado pelo Ministério do Desenvolvimento que mostra o saldo positivo de suas viagens ao exterior. O documento faz uma comparação entre as exportações brasileiras para os países visitados antes e depois das viagens e mostra que há um significativo crescimento das vendas por onde a comitiva presidencial tem passado.