O ministro da Justiça, Tarso Genro, voltou a comentar a denúncia da revista “Veja” de que houve escuta clandestina contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e até mesmo dentro do Palácio do Planalto, contra o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho. “Não acredito que tenha havido escuta no Palácio do Planalto. Mas a Polícia Federal está à disposição para investigar se for o caso.” Na véspera, em Niterói, ele já havia dito que, se houve escuta, ela não foi feita pela PF.

continua após a publicidade

Mas o ministro não descartou, no sábado, a possibilidade de policiais federais terem feito de forma ilegal e à revelia do comando da corporação, a suposta escuta contra o presidente do STF. “Não foi feita pela instituição”, declarou. “Se foi feita, foi por alguém totalmente à margem da estrutura de poder da Polícia Federal. Se houve, é uma escuta marginal.”

Tarso considerou o episódio “absolutamente inaceitável”: “Escuta ilegal clandestina é um crime. E feita contra o Supremo, se é que existiu, não é só um crime, como uma vergonha.” Ele lembrou que, se na escuta contra Mendes foi usado o Guardião, instrumento oficial da Polícia Federal para monitoramentos telefônicos, será fácil detectar a autoria do crime. O sistema exige que o usuário forneça digitais e registre a qual investigação corresponde o grampo e quem o determinou.

continua após a publicidade