Brasília – O ministro da Defesa, José Viegas Filho, confirmou oficialmente ontem que os Estados Unidos pediram ao governo brasileiro para enviar tropas para o Iraque. A intenção do governo americano é envolver o maior número possível de países no Oriente Médio. A resposta brasileira foi não.

Sobre a possibilidade de o Brasil enviar tropas ao Iraque, o ministro revelou que foi sondado, mas ressaltou que é “altamente improvável” que o Brasil mande tropas para o país. “Eu tenho a impressão de que a opinião pública do Brasil entenderá bem quais são as razões que nos levam a não favorecer, em princípio, a exposição de tropas brasileiras às circunstâncias do pós-guerra no Iraque”, disse. O ministro não revelou de quem partiram as sondagens, disse apenas que foram “norte-americanos”.

Na última terça-feira, os Estados Unidos reconheceram ter realizado contatos preliminares com o Brasil e a Argentina para que enviem tropas ao Iraque, ainda que fontes diplomáticas digam que isso seria difícil sem uma avaliação da iniciativa por uma nova resolução da Organização das Nações Unidas.

“Pedimos a vários países (…) nos aproximamos deles solicitando tropas??, disse uma fonte do Departamento de Estado, que pediu sigilo sobre seu nome. “Sei que o Brasil e Argentina estão nessa lista.?? Os contatos são “muito preliminares??, disse. A Casa Branca quer que mais países dividam o custo da reconstrução e pacificação do Iraque, que está consumindo mais vidas e recursos do que o esperado. Até agora a coalizão de 29 países enviou 29 mil pessoas.

Na América Latina, República Dominicana, El Salvador, Honduras e Nicarágua atenderam ao pedido dos EUA. Para que mais países possam enviar tropas, a administração de George W. Bush negocia uma nova resolução no Conselho de Segurança da ONU, apesar das diferenças sobre quem ficaria no comando das tropas internacionais e sobre o alcance de uma eventual força de paz da ONU. O Chile e o México integram pela América Latina o Conselho de Segurança. O embaixador chileno, Heraldo Muñoz, disse ser difícil um país enviar tropas sem o aval da ONU.

Viegas Filho também disse que estão sendo feitas negociações para que o Brasil sedie encontro entre o governo colombiano, as Nações Unidas e guerrilheiros das Farc. Segundo o ministro, não se trata de uma mediação, a intenção é apenas que o Brasil ofereça um local para a reunião. O ministro revelou, ainda, que disse o Brasil vai enviar entre 2,5 mil a 3 mil homens para a Amazônia, na fronteira com a Colombia, para ajudar na proteção do País.

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