Ministro rebate OAB e defende ação da PF

 Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Ministro Tarso Genro: "nada pode invalidar processo".

Brasília – O ministro da Justiça, Tarso Genro, saiu em defesa da Polícia Federal (PF) e garantiu que não há ?vício? na conduta dos policiais na Operação Furacão que possa invalidar o inquérito sobre exploração de jogo ilegal, tráfico de influência e corrupção. Tarso foi procurado ontem por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Advogados presos na operação têm denunciado irregularidades cometidas pela PF. ?Recebi informação do chefe da Polícia Federal (Paulo Lacerda) que garantiu que as operações estão dentro da lei?, disse o ministro. ?O processo está totalmente válido. Não há nenhum vício que possa invalidá-lo?, garantiu.

Tarso evitou polemizar com o grupo de representantes da OAB, comandados pelo presidente da entidade, Cézar Britto. O ministro se comprometeu a apurar eventuais irregularidades, mas cobrou da OAB uma manifestação por escrito. ?A partir da comunicação da OAB e com as informações da Polícia Federal vamos examinar se há ou não necessidade de normatizar o procedimento da Polícia Federal?, afirmou o ministro.

A OAB, segundo Tarso, colocou que não se trata de questão pontual e sim ?acúmulo de procedimentos equivocados? nos últimos quatro, cinco anos. ?Não há indicativo de mudanças, por enquanto, no procedimento da Polícia Federal. São procedimentos universais, qualquer que seja o réu, de qualquer classe ou profissão?, disse o ministro. Ele ressaltou que o processo está sendo controlado pelo Supremo. ?E não há indício de que poderá ser invalidado.?

Na audiência com o ministro da Justiça, o presidente da OAB avaliou que existe sim a possibilidade de anulação do inquérito que deu origem à Operação Furacão. Cézar Britto disse que parte das anulações decorre do direito de defesa. ?Assegurar o direito de defesa pressupõe necessariamente acesso ao preso, que o advogado possa conversar e que se possa ter acesso aos autos?, disse. ?Não se pode aceitar que em um país democrático alguém seja acusado sem saber o porquê?, afirmou o presidente da OAB.

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