Xambioá – Começa nova fase da luta dos familiares na busca dos restos mortais de parentes desaparecidos na Guerrilha do Araguaia, conflito armado entre guerrilheiros do PC do B e agentes da ditadura militar, entre 1972 e 1974. Ontem, foram iniciadas as demarcações do local onde existia uma base militar do Exército e da Aeronáutica, às margens do Rio Araguaia. Lá estariam ossadas de Walquíria Afonso da Costa e Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, um dos principais líderes da guerrilha.

Os trabalhos começaram pela manhã, com a participação de geólogos, médicos legistas e parentes. Três antropólogas forenses, vindas da Argentina, também vão participar das buscas. O ex-soldado do Exército, Raimundo Pereira, suposta testemunha dos assassinatos praticados pelos militares, está na região em companhia do ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos.

O trabalho de demarcação está sendo supervisionado pessoalmente pelo ministro. Ainda ontem, como o tempo era bom na região, geólogos e antropólogos deveriam começar as escavações na tentativa de encontrar as ossadas.

A luta das famílias por seus parentes desaparecidos durante os conflitos na chamada guerrilha do Araguaia, na década de 70, no regime militar, começou bem antes. A baiana Diva Santana é um exemplo disso. Presidente da ONG Tortura Nunca Mais, na Bahia, ela é irmã da guerrilheira Dinaelza Santa Coqueiro (nome de guerra Mariadina), uma estudante de geografia da Universidade Federal da Bahia, de 21 anos, que “desapareceu” junto com o marido Wandick Coqueiro (João Goiano ou João do B), estudante de economia, de 20 anos.

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