Brasília – O ministro dos Transportes, Anderson Adauto, vai mesmo deixar o cargo para se candidatar à Prefeitura de Uberaba. Nem o vice-presidente, José Alencar (PL), que levou Adauto para o ministério e o sustentou até agora, confia na sua permanência. “Ele revelou para mim que tem muita vontade de cumprir parte do seu mandato na Câmara”, disse Alencar. O vice quer indicar o substituto e rejeita o preferido do Palácio do Planalto, o prefeito de Manaus, Alfredo Nascimento (PL). Alencar quer José Santana de Vasconcelos, que é de Minas Gerais, como ele.
Durante um ano e um mês do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o nome de Adauto circulou em todas as listas de demissão de ministros. Primeiro, porque a bancada do PL o rejeitava, sob queixas de que os parlamentares não tinham seus pleitos atendidos. Depois, pela necessidade de mudanças no ministério, para que o presidente pudesse acomodar o PMDB. Mas o vice nunca deixou que mexessem com seu pupilo. Depois de tanta resistência, Lula passou a gostar de Adauto e os ministros mais influentes a defender a sua permanência.
Durante um encontro com jornalistas, indagado se o ministro cairia, Lula o elogiou: “Não entro nessa. O Adauto é uma pessoa fantástica e tem feito o seu trabalho”, disse. “O que tem é que ele precisa decidir se vai ser candidato”, completou Lula no mesmo dia em que, horas antes, assinara a demissão do diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), José Antonio Silva Coutinho, por exigência de Adauto. Coutinho também era protegido de Alencar. Venceu Adauto.
