Brasília – O ministro do Planejamento, Guido Mantega, negou ontem que tenha provocado um mal-estar na reunião com o Alto-Comando Militar e que a cúpula das Forças Armadas teria inclusive pedido sua demissão por desrespeitar os militares. Segundo a imprensa, na reunião Mantega teria irritado o Alto-Comando ao dizer que, “se as mulheres dos militares trabalhassem, eles não viveriam pedindo aumento”.
Mantega disse que a reunião, da qual também participou o ministro da Defesa, José Viegas, foi muito produtiva e nela o governo expôs o quadro financeiro e os três comandantes militares mostraram o orçamento das Forças Armadas. O ministro atribuiu o mal-estar a uma “fofoca mal-retratada de alguém que saiu da reunião e deu uma informação falsa e deturpada”.
“Foi uma conversa cordial e eu apenas perguntei se a esposa de um deles trabalhava. Foi apenas uma curiosidade. E ele respondeu que ela trabalhava e que no momento ganhava mais do que ele, porque não é funcionária pública”, disse o ministro.
Segundo Mantega, os militares explicaram que é difícil que suas esposas trabalhem por causa dos constantes deslocamentos. Ele disse ainda que um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “iluminou a solução de dar o aumento daquela forma” e afirmou que o governo deu o reajuste possível aos militares, de 10%.