Ministro da Justiça minimiza foco de crise entre PF e MP

Foto: Lucimar do Carmo/O Estado

Márcio Thomaz Bastos: 300 operações bem-sucedidas.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que não houve irregularidade no modo de agir da Polícia Federal na Operação Mão-de-Obra, que desarticulou uma quadrilha acusada de fraudar licitações em órgãos públicos, entre os quais o Senado. Bastos considerou precipitada e injusta a acusação, feita pelos procuradores Luciano Rolim e José Alfredo de Paula Silva, de que a PF teria passado dados sigilosos da operação um dia antes para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com danos graves à investigação.

Um dos beneficiados pelo vazamento, conforme os procuradores, teria sido o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, indicado por Renan para acompanhar os policiais durante as buscas e apreensões realizadas na Casa. A denúncia dos procuradores reacendeu a antiga rivalidade entre o Ministério Público e a PF. Mas, segundo o ministro, esse tipo de atitude só beneficia os bandidos. ?Estamos todos, PF e MP, do mesmo lado. O nosso inimigo é o crime. Não é uma instituição nem a outra?, disse ele.

Bastos também negou que tenha havido vazamento de dados sigilosos. ?Não se chegou lá e disse que ia fazer busca e apreensão. O que se disse foi: nós vamos fazer uma diligência. E ponto final?, garantiu. O ministro lembrou que a PF realizou quase 300 operações com ?absoluto êxito? em parceria com o MP, nos últimos três anos, usando os mesmos métodos. ?Com inteligência, sem disparar um tiro, a PF desbaratou quadrilhas em todo o Brasil, inclusive esta (a que fraudava licitações no Senado)?. 

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