O ministro da Justiça, Tarso Genro, anunciou em entrevista coletiva que a Polícia Federal (PF) continuará realizando operações de impacto no combate ao crime organizado, mas sem pirotecnia. Tarso disse que as operações serão feitas com a preocupação de "evitar a exposição pública" dos que são presos, a fim de preservar a privacidade, e "evitar injustiças que às vezes ocorreram com pessoas que foram expostas e depois inocentadas.

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Genro falou também sobre a saída do diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, que passará a comandar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Disse que Lacerda saiu da PF "porque quis". "É um homem que tem a confiança do Estado, vinha desenvolvendo na PF um excelente trabalho. Não houve divergência, nenhum ponto de choque. O trabalho com Lacerda sempre foi coordenado e articulado", afirmou o ministro. Acrescentou que a Abin "será revigorada e fortalecida" com Lacerda, que, segundo Genro, "acha salutar a rotatividade, sobretudo em postos policiais.

Genro disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o convenceu a levar Lacerda para a Abin por precisar, lá, de um homem como ele. O ministro afirmou que não há crise interna na PF, que continuará ampliando a qualificação desenvolvida por Lacerda. "Nada muda na PF em relação ao modo de trabalho, inclusive para blindar a PF de influências políticas e para que não seja uma caixa de ressonância de nenhuma ideologia ou partido", disse.

Contudo, Genro admitiu que serão adotadas medidas para "aperfeiçoar os métodos de investigação policial e de inteligência." Disse que está para ser concluído, por exemplo, um trabalho de regulamentação das escutas telefônicas para evitar que resultado de "gravação autorizada (de conversas) caia em mãos indevidas e para que não haja mau uso nem exposição pública de inocentes.

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