O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse nesta segunda-feira (15) que a decisão de não aceitar o repasse de recursos via emendas parlamentares para o projeto Calha Norte não deve reduzir o repasse de verbas destinadas à Amazônia. "Só serão aceitas como emendas para o projeto Calha Norte as que tiverem sentido totalmente desenvolvimentista e forem infra-estruturantes, e não sejam projetos meramente paroquiais".
Jobim admitiu que alguns parlamentares têm reclamado por ele ter suspendido a aprovação dessas emendas. "Tivemos reclamações, mas elas fazem parte do jogo", disse. "Eu gosto de receber reclamações, e não as atendo". O ministro disse que vai lutar para manter os recursos destinados originalmente ao Calha Norte para fortalecer o projeto. "Creio que vamos concentrar as emendas para atender projetos desenvolvimentistas", acrescentou.
No quarto dia de visitas a unidades de fronteira do Exército, o ministro da Defesa esteve em Palmeiras do Javari, no sudoeste do Amazonas, fronteira com o Peru. Jobim voltou a defender a idéia de que os alunos de universidades públicas gratuitas federais sejam obrigados a prestar serviços à nação. Concluídos os cursos isso seria uma forma de os alunos "pagarem seus estudos", recompensando o Estado. Ele explicou que o maior problema dessas regiões é a falta de pessoal, que poderia ser suprida com a mão de obra que sai das universidades públicas.