Depois de ter seu ultimato desautorizado, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, evitou polemizar com o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, que mais uma vez avisou nesta segunda-feira (22) que não deixa o cargo, para o qual tem mandato até 2011. "Cada coisa no seu tempo", declarou Jobim sobre possível saída de Zuanazzi, depois de justificar que ele só pode deixar o cargo quando três outros nomes tiverem sido aprovados pelo Senado. Jobim já chegou a anunciar a saída de Zuanazzi da presidência da Anac para nomear no lugar sua assessora especial, Solange Paiva.
"Ele só poderá sair no momento que tiverem três (nomes aprovados). Temos um que já foi indicado e aprovado (brigadeiro Allemander Jesus Pereira Filho), agora mais dois serão sabatinados no Senado", afirmou Jobim, que se referia a Marcelo Pacheco Guaranys e Alexandre Gomes Barros, que aguardam que a Comissão de Infra-estrutura da Casa marque a data para sabatiná-los. "O Senado tem um timing demorado", justificou Jobim. Questionado se havia algum tipo de acordo para Zuanazzi deixar o cargo, Jobim afirmou que o presidente da Anac teria manifestado disposição de sair da agência ao ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia.
Relatório CPI Apagão Aéreo
O ministro da Defesa elogiou os termos do relatório da CPI do Apagão Aéreo, elaborado pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que deverá ser divulgado amanhã. No relatório, o senador vai pedir o indiciamento de 23 servidores da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e da Anac e vai tratar da corrupção que considera que existe dentro da estatal. Jobim, que considerou as informações que recebeu do relatório "muito boas", informou que amanhã janta com o senador para conversar com ele.
Jobim lembrou que pelo menos seis funcionários da Infraero já foram demitidos, após realização de inquérito pela Controladoria Geral da União. "Nós já demitimos e vamos continuar examinando a situação dos demais", declarou Jobim, que fez uma advertência: "E agora a regra é: teve problema, rua".