O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, admitiu no início da noite desta quarta-feira, 30, em Salvador, que as manchas do óleo que poluem as praias do Nordeste podem chegar à região Sudeste. A informação tinha sido passada mais cedo pelo comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior.
Segundo o ministro, essa é uma tendência, tendo em vista o fato de o óleo estar descendo o litoral. Ele observou, porém, que as manchas surgiram em setembro e foram descendo pelas praias nordestinas, já tendo chegado a Ilhéus, no sul da Bahia, novamente em volume baixo.
“Mas estamos trabalhando para que isso não aconteça. Estamos atuando com mais ênfase em três subáreas: Ilhéus, Porto Seguro e Caravelas, para identificar logo as manchas, caso apareçam”, afirmou Azevedo.
As principais preocupações são os santuários ecológicos, como Abrolhos, onde nesta quinta-feira, 31, “já haverá oito navios”, segundo ele.
O ministro também declarou que o trabalho está sendo realizado em três etapas: apuração do ocorrido, por meio de inquérito instaurado pela Polícia Federal para descobrir a autoria do vazamento; contenção, com a identificação no mar do local de aparecimento do óleo; e, por fim, reparo dos danos e limpeza das praias.
Até esta quarta-feira, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 283 localidades de 98 municípios dos nove Estados nordestinos foram atingidas pelo óleo.
Azevedo se reuniu na capital baiana com representantes de diversos órgãos ambientais, como Ibama e Secretaria Estadual de Meio Ambiente, para se inteirar das ações que já são adotadas no âmbito do Segundo Distrito Naval para conter o avanço das manchas.
Investigação
Sobre o inquérito, o ministro disse que o mesmo tem seguido em ritmo acelerado. “Começamos investigando 100 navios com possibilidade de terem derramado o óleo, passamos para 30, agora são 11”, comentou.
Já o governo da Bahia informou, por meio de nota, que o Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), do qual faz parte o governo do Estado, realizou o monitoramento na região e não identificou mancha de óleo com as características indicadas por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).