O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, refutou hoje a insinuação de que o Brasil vai se transformar num "imenso canavial". Segundo ele, o País tem 840 milhões de hectares e apenas 400 milhões de hectares estão sendo, ou poderão ser, usados pela agricultura. Hoje o País ocupa 300 milhões de hectares com atividades agrícolas, sendo que a cana ocupa 6 milhões de hectares desse total. Para a produção de álcool, a área plantada é de 3 milhões de hectares.
De acordo com Stephanes, se em 12 ou 15 anos, o País triplicar a produção de álcool, será necessário aplicar à área cultivada com cana não mais de 6 milhões de hectares adicionais. A produção crescerá, segundo ele, por causa do aumento da produtividade das lavouras e com a doação de novos processo produtivos. Ainda segundo o ministro, os 6 milhões de hectares representam um quarto das áreas degradadas usadas para as pastagens. "A produção de cana e a pecuária são compatíveis desde que haja um processo racional", disse o ministro.
Energia limpa
Stephanes disse que não há duvida que a produção de energia limpa vai avançar muito nos próximo anos. Ele ressaltou que Brasil e Estados Unidos são líderes mundiais na produção de etanol, mas que o álcool norte-americano é produzido a partir do milho. De acordo com ele, o custo do álcool produzido no Brasil é metade do álcool norte-americano. Segundo ele, os EUA devem destinar 80 milhões de toneladas de milho para produção de álcool em 2007.
Na comparação com o custo de produção do álcool europeu, o custo no Brasil é um terço do que a União Européia gasta para produzir o combustível. Segundo o ministro, essa produção é baseada no trigo, o que encarece os produtos finais do cereal. "Nós temos a melhor tecnologia, a melhor matéria-prima e o menor custo de produção", garantiu o ministro.