Ministro cobra participação da mídia na luta contra a violência familiar

Os casos de violência familiar deveriam ter cobertura jornalística diferenciada, defende o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. Ele comentou nesta quinta-feira (17) a ocorrência de casos envolvendo a agressão de crianças por seus responsáveis em Minas Gerais e no Paraná.

Lamento realmente esses casos dramáticos. Volto a convocar o papel de parceria que cabe aos Poderes Judiciário e Legislativo e, sobretudo, mídia e ao sistema de educação na construção de uma nova consciência que o Brasil ainda não atingiu de respeito vida e diversidade.

O ministro comentou ainda a repercussão da morte de Isabella Nardoni. A menina de cinco anos teria sido atirada do sexto andar de um prédio em São Paulo no dia 29 de março. Sob investigação da polícia, o pai e a madrasta da criança chegaram a ser detidos temporariamente.

É lamentável que nas toneladas de [material de] imprensa que se publicou sobre o caso, não se tenha o cuidado de sempre garantir pelo menos um terço do noticiário para especialistas e professoras. Pessoas que aproveitassem ali o momento do leitor, atraído pelo questão de Isabella e tantas outras parecidas no Brasil inteiro, para reforçar a idéia do amor fraternal e maternal.

Ainda sobre os casos destacados pela imprensa, Vannuchi opina que o momento é apropriado para combater a violência doméstica. É indispensável que venha junto da imprensa um trabalho educativo que mostre por meio de especialistas, psicólogos, médicos e pais, a importância de que jamais se recorra a qualquer tipo de violência contra os filhos.

As declarações de Paulo Vannuchi foram feitas pela manhã durante entrevista a emissoras de rádio, no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em Brasília.

Após a participação, o ministro falou sobre relatório divulgado nesta quarta-feira (16) pela Anistia Internacional que aponta negligências das autoridades em relação a direitos da mulher. Vannuchi admitiu a dívida social com as brasileiras, mas parabenizou o estudo por reconhecer avanços como a criação da Lei Maria da Penha, que tornou mais rígidos os procedimentos para penalizar os agressores de mulheres.

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