O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, confessa: parte da produção de cana-de-açúcar no Brasil é feita com trabalho degradante e em péssimas condições. A questão é delicada entre ativistas e alguns governos europeus que insistem em que o Brasil dê atenção à forma pela qual a cana é cortada e transformada, caso exporte etanol (álcool combustível) no futuro. Em alguns países, já se fala na adoção de selos ambientais e trabalhistas para o etanol.
"Mesmo com todo o dinheiro que circula no setor, ainda há uma situação degradante para os trabalhadores. Não é preciso nem ir ao interior do País para encontrar essa realidade: até em São Paulo ela existe", disse Lupi, que participa pela primeira vez da Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Lupi disse acreditar que as futuras exigências de países ricos ao importar o etanol podem ser positivas para o País. "Esses critérios forçarão os produtores a modificarem suas práticas, caso queiram lucrar com o mercado exterior."
