A morte de três adolescentes num centro de internação para menores em Brasília, no intervalo de 20 dias, mobilizou a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos), que visitou hoje o centro na companhia do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

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Na saída do local, conhecido por Caje (Centro de Atendimento Juvenil Especializado), Maria do Rosário listou uma série de medidas que, segundo ela, estão acordadas com o governo do Distrito Federal.

Entre elas, estão a desativação do centro (decisão já determinada pela Justiça por problemas de superlotação e segurança), a construção de novos centros com lotações menores de adolescentes, o encaminhamento de jovens de Goiás que estão retidos no centro de Brasília, a separação entre adultos e adolescentes e a realização de mutirões para liberar os jovens que já cumpriram o tempo determinado de internação.

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O centro abriga 377 internos, mas tem capacidade para 162. No primeiro semestre, a lotação chegou a 450 jovens.

A ministra não fez críticas à gestão do centro pelo governo de Agnelo, do mesmo partido da ministra. Ela se limitou a dizer que os responsáveis pela “situação difícil” devem ser punidos.

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“Essas são as medidas que nós combinamos com o governador Agnelo e que estão em curso para enfrentar essa situação difícil que tem tido respostas firmes do governo e que não podem ficar impunes”, disse.

O governador deixou o centro sem falar com a imprensa.

Fuga e crime organizado

Durante a coletiva, a ministra foi questionada sobre a fuga de um adolescente de um outro centro de internação, também na capital. Maria do Rosário afirmou que esse tipo de ação deve ter envolvimento do crime organizado.

“Não sejamos ingênuos, isso acontece porque também há ação do crime organizado, há ação do tráfico de drogas, que faz a cooptação dos adolescentes para agirem e trabalharem para esses esquemas criminosos”, disse e voltou a citar a necessidade de separar adolescentes de adultos.