A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, descarta que o ambiente político conturbado possa dificultar a ratificação do Acordo de Paris pelo Congresso brasileiro. O documento que estipulou compromissos para limitar os efeitos das mudanças do clima foi aprovado em dezembro na Convenção do Clima (COP21), em Paris, com a assinatura de 195 países.

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“Não vejo nenhuma sinalização contrária em relação a isso (a aprovação no Congresso Nacional). Isso é uma discussão do Estado brasileiro”, afirmou, após participação de seminário sobre o acordo, evento organizado pelo Museu do Amanhã e pelo Observatório do Clima, no Rio de Janeiro.

Em palestra no evento, a ministra foi enfática ao dizer que o País tem que buscar o mais breve possível a ratificação do acordo e que isso depende da pressão da sociedade. “Não é possível que se conquiste tanto internacionalmente e aqui alguns atores apequenem a vontade da sociedade brasileira”, afirmou, destacando o protagonismo do Brasil na aprovação do acordo.

A ministra se recusou a comentar os últimos episódios da Operação Lava Jato, como a delação premiada do senador Delcídio Amaral e a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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No dia 22 de abril haverá uma cerimônia de assinatura conduzida pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Depois disso se inicia o processo de aprovação pelos países signatários. A regra é que 55% deles – cerca de 100 países – têm que aprovar para o acordo entrar em vigência. Segundo a ministra, esse processo deve levar de dois a quatro anos.

Nesta sexta-feira, 4, a ministra terá um encontro fechado com fundos internacionais e investidores privados de setores como energia elétrica e florestal, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo é debater estratégias de financiamento dessa contribuição brasileira para a preservação do clima.

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“Vamos debater as oportunidades de financiamento, se o Brasil terá ou não um mercado de carbono. Também teremos que fazer debates sobre a estratégia tecnológica do Brasil”, explicou Izabella. A ideia é articular a cooperação com países que tenham tradição em áreas, como, por exemplo, a restauração florestal, para buscar custos mais competitivos e processos mais eficientes.