Quatrodias depois de divulgar o recorde na redução do desmatamento na floresta amazônica, a ministra do Meio Ambiente (MMA), Marina Silva,lançou novos desafios ao discursar na abertura do V SeminárioTécnico-Científico de Análise de Dados Referentes ao Desmatamento naAmazônia Legal, realizado nesta terça-feira (14), em Anápolis (GO).
"Nestasegunda fase de aperfeiçoamento do plano, nós esperamos darcontinuidade a esse processo estruturante de diminuir o desmatamentolegal e fazer com que o desmatamento ilegal chegue a zero", disse aministra, referindo-se ao Plano de Prevenção e Controle do Desmatamentoda Amazônia (PPCDA), lançado em 2004 pelo governo federal.
Umdos objetivos do seminário é traçar estratégias para a segunda fase doplano, que conta com a participação de 13 ministérios coordenados pelaCasa Civil. O evento é realizado na Base Aérea de Anápolis, já que aAeronáutica participa do PPCDA utilizando suas aeronaves para fazerimagens e ajudar na fiscalização do desmatamento da Amazônia.
"Ogrande desafio agora é ter as ações do governo federal em perfeitasintonia com a forte ação rigorosa do governos estaduais", disse MarinaSilva, na abertura do seminário. "Não podemos ficar acomodados com osresultados que estamos colhendo. Pelo contrário, aumentam o nossodesafio e a nossa responsabilidade no contexto de uma crise ambientalglobal", afirmou.
Nasexta-feira (10), foi divulgada a queda do ritmo do desmatamento em25%, entre agosto de 2005 e julho de 2006. Os dados são do Projeto deMonitoramento do Desflorestamento da Amazônia Legal (Prodes), umsistema de análise imagens de satélites coordenado pelo InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde 1988.
Tambémna sexta-feira, foram divulgadas as estimativas do Sistema de Detecçãodo Desmatamento em Tempo Real (Deter), criado pelo Inpe para ajudar nocombate ao desmatamento em tempo real. De acordo esse sistema, a taxade desmatamento em 2007 deverá cair de 25% para 10%. Isso significa umrecorde histórico, pois é comparável a índices da década de 1970.
Cercade 50 instituições de meio ambiente foram convidadas para o seminárioque encerra nesta quarta-feira (15). Entre elas, secretarias einstitutos estaduais de meio ambiente e organizações não-governamentaisligadas ao assunto. Marina Silva ressaltou a participação de todos: "Oque alcançamos até aqui é fruto de um trabalho integrado, transversal,de muitos olhares, da crítica vigilante e atenta de diferentes setoresda sociedade que têm nos ajudado significamente".
Apósa abertura do seminário pela ministra, foram feitas três palestras:Dalton Valeriano, do Inpe, apresentou os resultados do Prodes e osplanos do Inpe para o monitoramento da Amazônia; o coronel aviadorDarcton Policarpo Damião, do Comando Geral de Tecnologia Espacial,falou sobre as técnicas de análise aplicadas à predição dodesmatamento; e André Lima, do MMA, apresentou uma análise geral dodados do desmatamento em 2006.