O Ministério Público Federal denunciou à Justiça Federal do Rio a quadrilha de 15 pessoas, presa em novembro do ano passado, especializada em golpes bancários pela internet e na alienação fraudulenta de ações da Petrobras. Entre os denunciados, presos na Operação Reação, da Polícia Federal, estavam empresários, funcionários de cartórios, um gerente do Banco do Brasil e um hacker.
Eles vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documentos particulares e públicos, estelionato, corrupção ativa ou passiva, além de violação a sigilo de operação financeira. As penas para estes crimes variam de um a 12 anos. A Justiça determinará as penas de acordo com o número de crimes praticados por cada réu.
A quadrilha foi desarticulada a partir de interceptações telefônicas, quando estava sendo preparada a venda fraudulenta de ações no valor de R$ 120 milhões no mercado financeiro. As investigações se estenderam por um ano. O alvo principal do esquema eram papéis da Petrobras, mas outras empresas estavam na mira, como a Companhia Vale do Rio Doce. Sete suspeitos foram presos em São Paulo e no Rio. Além, disso foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão, que resultaram no confisco de três veículos e vários documentos.
Fraudes
As fraudes seriam praticadas tanto pela confecção e uso de documentos falsos – que permitiriam aos criminosos se passarem por procuradores de acionistas da Petrobras dispostos a vender seus papéis no Banco do Brasil e em corretoras – como pela tentativa de vendê-los na internet, com a ajuda de um hacker, sem o conhecimento de seus titulares
Um dos réus, Edson Feliciano, obtinha nomes de supostos acionistas da estatal falecidos ou com idade avançada, donos de muitas ações. Em seguida, a quadrilha checava as posições acionárias de cada um através do gerente Helio Barbosa, do Banco do Brasil, para montar documentos de identidade, CPF, procurações e comprovantes de residência falsos, além de reconhecer firmas e autenticações através de funcionários de cartórios envolvidos no esquema.
A partir dos documentos, contas em bancos eram abertas em nome dos acionistas e a quadrilha recebia cartões e senhas. O grupo objetivava vender ações por corretoras independentes ou pelos próprios bancos, com autorização para crédito em conta corrente do titular, aberta e movimentada fraudulentamente.
