A Promotoria de Defesa do Consumidor de São Paulo abriu hoje inquérito civil contra o médico Roger Abdelmassih, acusado de estuprar pelo menos 56 mulheres em sua clínica de fertilização. O inquérito vai apurar denúncias feitas por ex-pacientes sobre os procedimentos médicos no estabelecimento. Abdelmassih está preso desde 17 de agosto.
A assessoria do Ministério Público Estadual (MP-SP) informou que o documento foi enviado ao promotor Roberto Lisboa. O advogado de defesa de Abdelmassih não foi encontrado para comentar sobre o inquérito.
Em setembro, o Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo identificou irregularidades nas práticas adotadas pela clínica do médico. Entre os procedimentos que ferem o Código de Ética Médica estão o uso de medicamentos que podem induzir abortos, como o Citotec; implante de embriões sem a informação e consentimento da mãe; preenchimento de prontuários a lápis e a definição prévia do sexo do embrião.
Abdelmassih segue preso na Penitenciária de Tremembé, no interior do Estado. No início de 2009, diversas mulheres que fizeram tratamento de infertilidade na clínica em uma bairro da zona nobre da capital procuraram o MP-SP para denunciar supostos crimes.
Segundo as ex-pacientes, o médico aproveitava que elas estavam sob o efeito de sedativos para cometer abusos sexuais. Abdelmassih nega as acusações. Até o momento, o médico teve os pedidos de habeas-corpus negados pelo Tribunal de Justiça estadual e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).