Ministério da Saúde descobre fraude de R$ 100 milhões

Rio – O governo federal descobriu mais uma grande maracutaia no Ministério da Saúde, que provocou um rombo de R$ 100 milhões, desde 1995. A fraude foi registrada em uma unidade do ministério, no Rio de Janeiro. O ministro da Saúde, Humberto Costa, anunciou ontem o resultado da auditoria feita no Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into). Nove funcionários foram investigados e acusados de participar de fraudes em licitações e superfaturamento de contratos.

A auditoria do Ministério da Saúde analisou mais de seis mil processos de licitação referentes aos anos de 1995 a 2002 e comprovou irregularidades que somam mais de R$ 100 milhões em prejuízos aos cofres públicos. As investigações começaram em fevereiro de 2003 e revelaram um esquema de fraudes em licitações para compras e contratos de serviços. Nove servidores foram investigados. Um deles foi inocentado. Entre os oito punidos, seis serão demitidos, um teve a aposentadoria cassada e um teve suspensão das atividades por 90 dias.

Entre os afastados está o ex-diretor do instituto, Paulo César Rondinelli. Os servidores trabalhavam na direção do almoxarifado. O processo será encaminhado para o Ministério Público, para a Polícia Federal e para a Advocacia Geral da União. O Ministério da Saúde vai analisar agora 32 processos de obras feitas pela antiga administração do Into. As irregularidades podem incluir as obras do Hospital Anchieta, no Rio de Janeiro.

Desde maio do ano passado, diretores do Into sofreram 15 possíveis tentativas de atentado. O mais recente foi na manhã do dia 31 de setembro, quando um tiro disparado da Favela do Sabão, no bairro São Lourenço, próximo à subida da Ponte Rio-Niterói, em Niterói, atingiu o carro do diretor-geral Sérgio Côrtes. A polícia diz que o tiro pode ter sido uma bala perdida. Côrtes e o presidente da comissão de auditoria do Into, Carlos Alberto Oliveira, vinham sendo ameaçados desde que o Ministério da Saúde começou a investigar um esquema de roubo no hospital, denunciado por eles em maio de 2003.

Desde abril de 2003 foram registradas várias ocorrências. Invasão ao gabinete do diretor, fios do computador cortados e cartas com ameaças. Mês passado a casa do consultor jurídico do ministério, Adilson Batista Bezerra, foi invadida. “O Ministério da Saúde não vai interromper nenhuma investigação por ameaça. O serviço público tem de aprender que não vamos tolerar corrupção”, disse.

Sérgio Côrtes, após assumir a diretoria do Into, em setembro de 2002, para começar, pediu a revisão de 50 contratos com empresas prestadoras de serviços.

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