Ministério da Saúde contesta índice do PNUD

O Ministério da Saúde questiona os dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) a respeito do Índice de Valores Humanos (IVH) relativo à área de saúde, o IVH-S. Para a pasta, o indicador não constitui um índice de avaliação de políticas públicas, “uma vez que não distingue a assistência realizada pelo sistema privado da realizada pelo sistema público”. “O relatório se refere a percepções sobre uma ampla gama de ações e serviços realizados por indivíduos e organizações”, afirma o ministério.

De acordo com a nota, as perguntas feitas aos entrevistados em relação à saúde – tempo de espera para ser atendido, avaliação da linguagem dos profissionais e interesse da equipe médica pelo caso do paciente – estão direcionadas para avaliar tanto serviços públicos quanto privados. Ao contrário das outras dimensões avaliadas pelo PNUD, educação e trabalho, que se valeram de questões “subjetivas” – como, por exemplo, influência da família na educação dos filhos, realização profissional e liberdade de expressão.

“Construir um índice com base em aspectos subjetivos em algumas dimensões e objetivos em outras, a partir de categorias como valores humanos, e padronizá-los de 0 a 1 sem ponderação pode enviesar e distorcer os resultados e dificultar sua interpretação”, afirma o comunicado. “O tempo de espera nos serviços de saúde é completamente diferente em função da sua complexidade, fluxo e missão do serviço”, completa. Além disso, para o ministério, as perguntas na área de saúde são “reducionistas, dada a complexidade do setor”.

O IVH-S mostra que o brasileiro “reprova” a situação da saúde no País. Numa escala de zero a 1, a nota foi 0,45, o pior dos três índices avaliados pelo organismo da Organização das Nações Unidas (ONU). A saúde registrou um desempenho mais baixo do que educação (IVH-E de 0,54) e situação do trabalho (IVH-T de 0,79). O IVH faz parte do terceiro caderno do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) Brasil 2009/2010 do PNUD, lançado ontem à tarde, em Brasília.

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