O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira, 18, oito mortes provocadas por febre amarela em Minas. Desse total, quatro casos já foram comprovados para febre amarela silvestre. Os demais aguardam a avaliação do diagnóstico clínico para descartar, por exemplo, a possibilidade (considerada improvável) de morte ser por febre amarela vacinal.

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Até o momento, foram registrados no País 206 casos suspeitos da doença, com 53 óbitos. Duzentos casos estão concentrados em 29 municípios mineiros. Há ainda seis identificados em quatro cidades capixabas. Diante da expansão do número de casos suspeitos, o Ministério da Saúde anunciou o início de vacinação de bloqueio em 14 municípios do Rio próximos da fronteira com Minas. Iniciativa semelhante será feita na Bahia. Um reforço será realizado em 45 municípios.

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Para esses dois Estados, deverão ser enviadas ao todo 750 mil doses extras de vacina. A Bahia, no entanto, já é considerada área de risco para a doença e a imunização da população, indicada.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, evitou falar em epidemia da doença. De acordo com ele, há no momento um “surto localizado” de febre amarela em Minas. “A situação está sob controle”, disse. Barros fez um paralelo com a situação enfrentada há alguns meses em São Paulo, quando houve um aumento de casos de mortes de macacos com suspeita de febre amarela. “A vacinação foi feita e a situação controlada.” Ano passado, o Estado paulista registrou duas mortes de pacientes pela doença. A mais recente ocorreu em dezembro, em Ribeirão Preto.

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O ministro disse ter a expectativa de que, nos próximos meses, a circulação do vírus caia de forma expressiva em Minas. O coordenador de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, afirmou não ser conhecida as causas que levaram o retorno da circulação do vírus de febre amarela no País. Ele afirma haver algumas hipóteses, como a migração de macacos e mudanças no habitat.

O professor da Universidade de Brasília, Pedro Tauil, afirma que o vírus de febre amarela está presente em várias regiões do País. Por razões que ainda precisam ser melhor esclarecidas, no entanto, a cada ciclo de 7 a 10 anos há um aumento do número de casos da doença entre macacos e também entre humanos.

Hage afirma que até o momento não há suspeita da forma urbana da doença. Os casos foram identificados, em sua maioria, em homens, trabalhadores na área rural. Não foi identificada nenhuma relação de parentesco entre os óbitos. Técnicos do ministério afirmam ser muito remota a possibilidade de que os quatro casos em investigação que ainda não são confirmados por febre amarela sejam pela forma vacinal da doença. Reações à vacina são raras. O número de casos de morte relacionadas à vacina variam de 1 em cada 400 mil doses ou 1 a cada 1 milhão de doses, de acordo com a metodologia da pesquisa.

O ministro afirmou haver doses suficientes da vacina para todo o País mesmo se houver necessidade de novas ações de bloqueio. De acordo com ele, pode haver desabastecimentos momentâneos. “Mas isso é para reposição de estoques. Não faltará o produto.”