Nas áreas urbanas do País, o número de pessoas que se desloca em ônibus e vans é igual ao de usuários de carros e motocicletas. Reflexo da precariedade do sistema de transporte coletivo, a utilização dos chamados meios individuais tem forte impacto ambiental, uma vez que estes poluem mais o ar, por serem mais numerosos. ~
A informação consta do 1º Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, lançado hoje, no Rio, pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
A frota brasileira de ônibus é estimada hoje em 315 mil; a de veículos comerciais leves (vans e picapes), em 4,3 milhões; a de automóveis, em 21,1 milhões; e a de motos, em 9,2 milhões.
No total, são 36 milhões de veículos automotores rodoviários. O levantamento, que deverá ser atualizado periodicamente, é importante porque possibilita que seja dimensionado o desafio de melhorar a qualidade no ar, em especial nas grandes cidades, por meio de políticas públicas.
Para se ter uma ideia dos danos causados pelos veículos individuais, eles são responsáveis por 87% das emissões de CO (um dos poluentes mais prejudiciais à saúde), enquanto os coletivos respondem por 3%, conforme explicou o gerente de Qualidade do Ar do ministério, Rudolf Noronha.
Segundo apontou o inventário, o volume de viagens feitas em transporte coletivo, seja para o trabalho, estudos ou lazer, é de 17 bilhões por ano, número equivalente às feitas de carro e moto.
“Foi um dado que chamou a atenção. Em nenhum País é assim. Isso mostra a deficiência do transporte público. O número de pessoas transportadas é o mesmo, mas a emissão de carros e motos é 40 vezes superior à emissão dos ônibus”, disse Minc.
Como medidas para tentar reverter o problema, ele citou o licenciamento de ferrovias, do trem bala e de metrô. “Também decidimos não fazer hidrelétricas sem hidrovias.”
De acordo com uma projeção, o número de motos aumentará cinco vezes de 2004 a 2020, passando de 4 milhões para 20 milhões no período. Apesar do aumento anual da frota, as emissões de poluentes como monóxido de carbono (CO) vêm caindo. Já as de dióxido de carbono (CO2) têm aumentado. “Temos que avançar mais no biocombustível”, disse Minc.
Ilha Grande
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) anunciou hoje que vai mapear o DNA de espécies da Ilha Grande, em Angra dos Reis, numa parceria com a Universidade do Porto, de Portugal.
O trabalho, que deverá começar em 40 dias, terá prazo de dois anos, ao custo de R$ 4,8 milhões. O financiamento é do Ministério do Meio Ambiente e a previsão é de que sejam mapeadas entre 150 e 200 espécies de animais e vegetais no período.
“Esse projeto vai permitir aumentar o conhecimento e a proteção de espécies ameaçadas. É um trabalho promissor. Vamos levar essa experiência piloto para outros biomas. É importante começar pela mata atlântica, o mais ameaçado”, disse Minc.