Minc critica Stephanes sobre Código Florestal

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse na segunda-feira (12) que o titular da pasta da Agricultura, Reinhold Stephanes, “radicalizou muito” ao acabar com o grupo de trabalho que discutia uma proposta comum de mudanças no Código Florestal. “Não vejo que ele tenha poder de extinguir a discussão”, afirmou. Segundo Minc, existem mais de 20 projetos de lei no Congresso para modificar o código e “ninguém tem maioria para aprovar ou desaprovar se não tiver um acordo maior”.

Minc admite algumas mudanças, mas diz que a “pressão” de ruralistas para diminuir restrições da legislação ambiental é “inadmissível”. Um dos principais pontos de discordância foi a proposta, apoiada por ruralistas, de redução da reserva legal na Amazônia de 80% para 50%. Além dos dois ministérios, parlamentares da bancada ruralista e ambientalistas participaram de três rodadas de discussão. A última reunião ocorreu no fim de novembro.

Paulo Adário, diretor do Greenpeace responsável pela Amazônia, criticou o ministro da Agricultura. “O Stephanes desde o início teve uma postura equivocada como ministro de Estado e atuou como porta-voz da bancada ruralista e não do governo federal. Ele não está lá para isso”, afirmou. O Greenpeace faz campanhas contra mudanças no código, mas admite a possibilidade de acordo em relação, por exemplo, a áreas já desmatadas.

A assessoria de imprensa do ministro da Agricultura informou, sobre a declaração de Minc, que ele “não vai entrar nessa discussão emocional porque ela não tem fim”. Já sobre a acusação do representante do Greenpeace, informou que Stephanes “nasceu na roça, é servidor público formado em economia e não tem um pedaço de terra no Brasil”.