Os militares brasileiros que chegaram hoje a São Paulo vindos do Haiti passarão um período de três a quatro dias no Hospital Geral de São Paulo (HGeSP), do Exército, no Cambuci, na capital. Eles serão submetidos a exames clínicos e laboratoriais. De acordo com o general Eduardo Segundo Liberali Wizniewski, comandante da 2ª Região Militar, os feridos passarão por dois tratamentos, médico e psicológico. “Os que tiverem condições receberão alta e serão liberados para voltar para casa”, disse.
De acordo com Wizniewski, o período em que os militares ficarão no hospital é um procedimento padrão das Forças Armadas, mas, nesse caso, como houve um trauma, eles também receberão atendimento psicológico. Dos 16 militares que chegaram hoje à Base Aérea de São Paulo, dois tiveram de ser transportados ao hospital de maca – o tenente-coronel Alexandre José dos Santos e o soldado Daniel Coelho da Silva.
Não foi informado que tipo de ferimento sofreram, mas o estado de ambos não é grave. Os demais militares sofreram ferimentos nos braços, mãos, pernas e pés. De acordo com o general, há dois militares – soldado Rogério Marinho Alves e cabo Francisco Luís Ferreira – na República Dominicana cujos ferimentos ainda estão sendo avaliados. Não há previsão de quando eles devem voltar ao Brasil.
O general afirmou que todo o contingente brasileiro no Haiti, de mais de 1,2 mil homens, deveria voltar ao Brasil no dia 29 de janeiro, quando terminaria o período de seis meses de serviço. A maioria deles é do Estado de São Paulo. Eles seriam substituídos por forças militares lotadas no Rio de Janeiro. Por causa do terremoto, os militares deverão permanecer no Haiti por mais algumas semanas, por conta da dificuldade de transporte.
Mortos
Quanto aos militares mortos, o general explicou que há um procedimento legal que deve ser seguido e que já é demorado em condições normais. “Os corpos têm de passar pelo legista, há toda uma preparação e as urnas devem vir ao Brasil lacradas. Estamos tentando acelerar esse processo. Nossa previsão é que eles cheguem domingo ao Brasil.”
Wizniewski disse que todas as famílias dos militares mortos e feridos já foram contatadas. Há ainda quatro desaparecidos, que estavam no Hotel Christopher, onde fica a sede da força de paz das Nações Unidas do país, a Minustah.
O general disse que a prioridade dos militares que ficaram no Haiti agora é procurar sobreviventes e dar assistência aos feridos.