Militares contestam acusações sobre Operação Condor

Brasileiros acusados de colaboração com a Operação Condor, esquema de repressão que uniu os regimes militares dos países do Cone Sul nas décadas de 70 e 80, negam envolvimento em crimes. O coronel João Osvaldo Leivas Job, ex-secretário de Segurança do Rio Grande do Sul entre 1979 e 1982, afirmou ontem que ?são injuriosas? as acusações do procurador italiano Giancarlo Capaldo, segundo as quais ele teria colaborado com o seqüestro em território brasileiro de militantes de esquerda procurados pelo regime militar argentino. ?Não estou nem um pouco preocupado e não vou comentar esse assunto. É só?, declarou o coronel Carlos Alberto Ponzi, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) em Porto Alegre, também acusado pelo procurador.

?Me parece que estamos diante de uma vendeta?, declarou Amadeo Weinmann, advogado de Job. Segundo o criminalista, as prisões solicitadas na Itália são ?absurdas? e ?inexeqüíveis?, por diversos motivos. ?A Justiça italiana foi lamentavelmente mal informada. Boa parte dos brasileiros citados está morta?, disse. Além disso, segundo o advogado, a Constituição anistiou todos os crimes políticos cometidos entre 1946 até outubro de 1988, data em que foi promulgada.

Weinmann acrescentou que a Constituição proíbe a extradição de brasileiros natos. ?Se algo pudesse ser feito, um processo já teria sido instaurado no Brasil?, argumentou. O promotor Capaldo investiga os crimes atribuídos aos regimes militares latino-americanos desde 1999. Tudo teve início quando as famílias de 25 vítimas italianas apresentaram denúncias e recorreram à Justiça de seu país. Na segunda-feira, a juíza Luisanna Figliolia pediu a custódia cautelar de 140 pessoas – entre argentinos, chilenos, uruguaios e brasileiros -, todas supostamente envolvidas na Operação Condor.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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