Após quase dez anos na carreira militar, Leonardo Diego de Sá e Silva, de 26 anos, decidiu que queria ser médico. Conciliando a rotina de trabalho no quartel com um cursinho noturno, ele foi aprovado em Medicina na Universidade de São Paulo (USP) – 2º curso mais concorrido da instituição.

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“Trabalhava das 7h30 às 16h30, corria para casa para tomar um banho e comer alguma coisa e ia para o cursinho do Anglo. Como tinha pouco tempo para estudar, sabia que precisava me concentrar e me dedicar totalmente nas aulas”, conta.

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Como só tinha os finais de semana para estudar, Silva disse ter priorizado as disciplinas de humanas, com as quais tinha mais dificuldade. “A academia militar é muito forte nas exatas, por isso, essas disciplinas não podiam tomar o meu tempo do resto.”

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Ele conta que ficou muito tranquilo durante todo o ano, apesar da rotina corrida. Mas que ficou muito preocupado após a primeira fase da Fuvest. “A prova foi muito difícil e achei que não conseguiria passar para a segunda fase, mas foi difícil para todo mundo e a nota de corte caiu.”

Depois da primeira etapa, ele conseguiu férias no Exército para se dedicar mais aos estudos. “Saí da escola há mais de seis anos, então precisava retomar o ritmo de estudos, sem perder a sanidade. Então, estudava quatro horas, mas com a máxima dedicação.”

Silva, que é de Campo Grande (MS), conta que sempre estudou em escola pública e no ensino médio decidiu que queria entrar para a carreira militar. “Não sei de onde veio essa vontade, acho que foi um fascínio de menino”, afirma.

Ele entrou para a Escola Preparatória de Cadetes, em Campinas (SP), e depois ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Quando se formou, foi designado para servir ao Exército em São Paulo.

Foi no Exército que conheceu muitos médicos e começou a se interessar pela Medicina. “Com 18 ou 19 anos, a gente ainda é muito novo para escolher o que fazer para o resto da vida. É muito ruim essa pressão toda nessa idade, acho que foi importante eu ter me mantido aberto às possibilidades”.

Ele conta que pensa em fazer residência em Medicina da Família. “Ainda é cedo para dizer que vai ser isso, mas é uma das áreas que mais me interessam. É um trabalho muito próximo das famílias e é muito importante para as comunidades.”

Como o curso de Medicina é integral, ele vai sair do Exército e pretende buscar alguma bolsa na universidade para conseguir se manter no curso.