Rio (AE) – Pelo menos um militar morreu e dez ficaram feridos em um acidente a bordo do porta-aviões A-12 São Paulo, às 10h30 de hoje, na costa fluminense. De acordo com a Marinha, houve rompimento de uma tubulação do aparelho de catapulta, responsável pelo lançamento de aeronaves, o que provocou a liberação de vapor superaquecido em um quadro elétrico que era operado por militares.
O vapor provocou queimaduras nos onze tripulantes. "A Marinha comunica, com pesar, o falecimento em serviço do terceiro-sargento Anderson Fernandes do Nascimento", informa nota.
Dos dez feridos, cinco foram levados de helicóptero para o Hospital Naval Marcílio Dias, três deles em estado grave. Os outros cinco foram medicados a bordo. Parentes dos militares estiveram à tarde no hospital, que foi cercado por fuzileiros navais, e reclamavam da falta de informações.
No momento do acidente, o navio estava a cerca de 20 quilômetros ao sul da Ilha Rasa. Será instaurado Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as causas do acidente, com prazo de 40 dias para conclusão.
Segundo a Marinha, que nega ter havido explosão a bordo, o local do acidente foi isolado e será submetido a perícia técnica. A ruptura da rede de vapor é um problema difícil de ocorrer e pode ter sido provocado por eventual falta de manutenção.
O A-12 São Paulo é a principal embarcação da Marinha brasileira. Foi comprado da França em 2000 por US$ 12 milhões. Tem capacidade para uma tripulação de 1.030 homens, mais 670 na área externa. É uma embarcação de 266 metros de comprimento por 51,2 de largura. Pode transportar 37 aeronaves de asa fixa e dois helicópteros. Atinge velocidade máxima de 55,5 quilômetros por hora.
Feridos – Estão hospitalizados os cabos Daniel Pires de Andrade, José Roberto da Silva Bahia, Erivelton dos Santos Coelho, Angelo José Moraes dos Anjos e o marinheiro Felipe Machado da Rocha. Tiveram ferimentos leves e ficaram no porta-aviões o primeiro-tenente Marco Aurélio Barros de Almeida, primeiro-sargento Francisco Cícero da Silva, segundo-sargento Jorge André de Almeida Soares, cabos Edivelton Brito Santos e Douglas Ricardo da Silva Farias.
As notas divulgadas foram assinadas pelo diretor do Serviço de Relações Públicas da Marinha, o capitão-de-mar-e-guerra Paulo Ricardo Médici.