Metrô de São Paulo apura denúncia de superfaturamento

O Metrô de São Paulo suspendeu uma licitação no valor de R$ 1,2 milhão e vai apurar denúncia de superfaturamento de aparelhos contra incêndio. A suposta fraude foi denunciada em reportagem do Fantástico, da TV Globo, segundo a qual o Metrô gastou R$ 1,4 milhão acima do valor de mercado em três licitações vencidas pela empresa Ezalpha.

Segundo a reportagem, em dezembro de 2006, por e-mail, o engenheiro do Metrô Marcelo Dican avisou a Ezalpha sobre uma licitação de 200 detectores de fumaça. Um mês depois, com o edital publicado, a Ezalpha propôs cobrar R$ 45.830. O Metrô fez contra-proposta de R$ 45 mil e fechou a compra. Mas na matriz da Ezalpha, no Rio, o preço é 125% menor.

A situação se repetiu numa concorrência em junho, para 300 detectores. Conforme a reportagem, uma terceira licitação, em julho, para todo o sistema de detecção de incêndio, foi superfaturada em R$ 1,2 milhão. O denunciante ouvido pelo Fantástico afirmou que o valor pago a mais seria dividido entre os Departamentos de Engenharia e Manutenção do Metrô. Também disse que funcionários receberam convites da Ezalpha para ir à Europa conhecer sistemas contra incêndio.

Dican admitiu ter ido para a Espanha e Inglaterra, mas disse que o fez "nas férias, como pessoa física". Ele negou favorecimento à Ezalpha. "Se direciono, alguém poda", disse, sem saber que era filmado. A Ezalpha afirmou que o convite de viagem é um "procedimento comercial normal". Em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo, o Metrô disse que recebeu denúncia anônima sobre as irregularidades em 8 de janeiro e investiga o caso.

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