Cerca de 200 mil metalúrgicos de 130 fábricas localizadas em 13 Estados brasileiros devem paralisar parcialmente suas atividades amanhã, 18 de setembro, por cerca de duas horas. Eles reivindicam a instituição de um contrato coletivo nacional de trabalho. O objetivo é implantar um piso salarial nacional para os trabalhadores do setor, com valor de R$ 1,3 mil, e acabar com as disparidades entre os salários pagos por montadoras a funcionários de regiões diferentes, sob a justificativa do custo de vida apurado em cada cidade.
De acordo com estudo feito pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CMN/CUT), em Sete Lagoas (MG), cidade onde está instalada a Iveco, um trabalhador cumpre uma carga de 44 horas semanais e ganha R$ 3,96 por hora em Sete Lagoas (MG), ou R$ 756 90 por mês.
Na região do ABC paulista, onde estão montadoras como Volkswagen e Ford, para realizar a mesma função, um funcionário trabalha 40 horas por semana e recebe R$ 20,46 por hora, ou R$ 3.563,22 por mês. A diferença é de 470%. Mas de acordo com o mesmo estudo, o custo de vida em 54 cidades brasileiras onde existem empresas do setor, medido pelo Dieese por meio do levantamento de preços de 156 itens e serviços, tem variação menor, entre R$ 2.100 e R$ 2.500.
Jornada de trabalho
Os metalúrgicos reivindicam também a unificação da data-base da categoria para setembro, a redução da jornada de trabalho das atuais 44 horas para 40 horas semanais, com conseqüente aumento de empregos, o fim das terceirizações e a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe as demissões motivadas por represálias ou para a contratação de um trabalhador com salário menor.
Na região do ABC Paulista, participarão 34 mil metalúrgicos das fábricas da Volkswagen, Ford, Scania e Daimler-Chrysler, filiados à CMN/CUT. Na capital paulista e em Mogi das Cruzes, serão 8,5 mil empregados de autopeças filiadas à Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) da Força Sindical.