Metalúrgicos e Petrobras não chegam a um acordo

Terminou em impasse a reunião entre os representantes dos trabalhadores do estaleiro Mauá, de Niterói (RJ), e técnicos de engenharia da Petrobras. Os metalúrgicos pararam as ruas próximas à estatal, no Centro do Rio, na manhã desta quinta-feira (13) para protestar contra a possibilidade de a companhia afretar um navio plataforma que será a P-62 no mercado internacional.

Os metalúrgicos querem que a empresa construa a plataforma de produção de petróleo P-62 nos mesmos moldes da P-54, construída no estaleiro. A iniciativa pouparia a demissão de três mil trabalhadores, que seriam desligados de suas vagas com o término das obras da P-54.

"Eles disseram que têm entre uma e três semanas a partir de hoje para discutir as possibilidades e estamos otimistas com a perspectiva de a Petrobras chamar o estaleiro para conversar", disse o representante do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Paulo Inácio.

A possibilidade de clonar a P-54 surgiu dentro de uma linha que a Petrobras começou a adotar há cerca de um ano para acelerar projetos. A clonagem consiste na contratação sem licitação de um estaleiro que já realizou uma obra para a empresa anteriormente, para realizar uma unidade exatamente igual e pelo mesmo preço. Segundo fontes, o estaleiro Mauá Jurong sequer chegou a ser convidado a apresentar o preço de construção de uma nova plataforma idêntica à P-54, que custou US$ 1,45 bilhão.

O afretamento que vem sendo estudado pela Petrobras prevê a utilização do modelo híbrido, já adotado para a contratação da P-57, que prevê a construção de parte das obras no exterior e sua conclusão no Brasil. Neste caso, a obra saiu por US$ 1,2 bilhão.

Fontes do setor apontam que a P-54 só saiu mais cara porque foi exigido um tipo de aço diferente e também houve uma série de alterações no projeto inicial, que comprometeram o orçamento.

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