Os metalúrgicos do ABC aprovaram neste sábado (6) em assembléia a proposta das montadoras de reajuste salarial de 11,01%, o que representa um aumento real de 3,6%. “Foi um valor bastante significativo”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre. A categoria ameaçava entrar em greve por tempo indeterminado caso um índice satisfatório de reajuste não fosse atingido.
Além do reajuste, Nobre afirmou que foi acertada ainda a elevação do piso da categoria em 12,6%, que passará de R$ 1.110 00 para R$ 1.250,00. Os metalúrgicos receberão abono em setembro de R$ 1.450,00. “Com o abono, a reposição real chegará a 5%”, afirmou Nobre.
As bancadas patronal e sindical ficaram 18 horas em reunião, até às 4h30 deste sábado. Participaram junto dos metalúrgicos do ABC os de Taubaté, São Carlos e Tatuí. A proposta foi aceita também pelos trabalhadores do chamado grupo 8, das áreas de metais não-ferrosos, balanças e laminação.
“A expansão da indústria automobilística no último ano nos colocou em condições de buscar esse aumento dos salários”, disse Nobre. Em 2 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e, em seu discurso, disse aos metalúrgicos que a hora de se lutar por aumentos reais de salário é justamente quando a economia está em crescimento, o que vem acontecendo com o País.
Na segunda-feira (8), os trabalhadores do setor de autopeças vão se reunir para negociar o reajuste salarial. Essa categoria sempre espera as montadoras para definir seus reajustes.