Voo 447

Mensagens indicam erros nos sistemas do voo 447

Mensagens automáticas transmitidas pelo Airbus A 330 da Air France indicam que o piloto automático da aeronave que fazia o voo 447 deixou de operar por pelo menos quatro minutos antes que a aeronave desaparecesse em meio ao Oceano Atlântico. Nesse período, foram emitidos pelo menos 24 sinais de alerta pelo avião. As informações são da BBC Brasil.

Segundo o Bureau d´Enquêtes et d´Analyses (BEA) – órgão francês correspondente ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, o Cenipa, no Brasil -, responsável por investigar o que houve com a aeronave, 14 das mensagens de erro nos sistemas foram enviadas em apenas um minuto, das 23h10 as 23h11 de domingo (31). O último contato com o controle do voo via rádio foi às 22h33.

De acordo com o diretor do BEA, Paul-Louis Arslanian, o piloto automático tanto pode ter sido desligado pelos pilotos devido a uma perda brusca de velocidade. “Pode ter sido uma parada voluntária ou uma pane real. O sistema não detecta se depois isso voltou ao normal”, disse Arslanian, durante entrevista coletiva concedida esta manhã, em Paris.

Arslanian também confirmou que o sensor de velocidade do A 330 falhou, mas amenizou o problema alegando que o fato é comum neste modelo de aeronaves, já tendo inclusive motivado a fabricante da aeronave, a Airbus, a criar um programa de reposição dos sensores. Para os investigadores, a aeronave era segura.

Os especialistas do BEA não apontam nada de excepcional em relação às condições meteorológicas na região no momento em que o avião fez o último contato, por rádio, com o controle de vôo (por volta das 22h33), mas ressaltam que não levaram em consideração a composição interna das nuvens, o que só pode ser feito com base em imagens de satélites.

O diretor do BEA fez questão de destacar que as informações obtidas até o momento são insuficientes para determinar com precisão as causas do acidente com a aeronave que viajava do Rio de Janeiro a Paris, transportando 228 pessoas. Segundo Arslanian, respostas conclusivas só serão conhecidas com a análise das caixas-pretas do avião, que continuam desaparecidas. “É preciso ser realista, essa investigação será longa”, afirmou Arslanian.

O diretor do BEA acrescentou que o número de investigadores franceses envolvidos no inquérito dobrou na última semana e já envolve cem especialistas. Na semana que vem, a equipe deve ser reforçada por um grupo de especialistas que chegará do Brasil.

Já as equipes de busca correm contra o tempo para localizar as caixas-pretas no oceano. De acordo com Arslanian, assim que uma zona de busca mais restrita puder ser definida, navios vão vasculhá-la com microfones de profundidade.

Nesta quinta-feira (4), a Airbus divulgou entre os proprietários dos aviões modelo A 330 um comunicado que, segundo a assessoria da própria empresa, visa a prevenir acidentes, reforçando procedimentos que devem ser adotados pelos pilotos, quando suspeitarem da existência de algum problema operacional.

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