A empresária Silvia Calabresi iniciou as sessões de tortura na menor L.R.S., de 12 anos, exatos três meses após receber a menina em sua casa como filha adotiva. Ela afirmou ainda que as torturas eram diárias. As revelações foram feitas nesta quarta-feira (23) durante depoimento de L.R.S. ao juiz José Carlos Duarte, da 7ª vara criminal de Goiânia, onde o caso está sendo julgado. "Eu rezava todos os dias, pedindo a Deus para me livrar daquilo", afirmou a menina durante audiência que foi acompanhada pela sua mãe biológica, Joana D’Arc da Silva, acusada de ter entregue a menor à empresária mediante pagamento.
L.R.S. foi vítima de tortura, maus-tratos e cárcere privado. Ela foi liberta no dia 17 do mês passado durante invasão, pela Policia Civil, ao apartamento da empresária. No depoimento de hoje, a menina revelou também que as agressões antecederam a chegada da empregada doméstica Vanice Maria Novaes, contratada para trabalhar na casa da empresária.
Porém, em vez de se tornar testemunha dos maus-tratos, Vanice passou a vigiar os passos da menor. "Ela tinha de contar o que eu fazia, se trabalhava e cumpria as tarefas", disse L.R.S.. "Mas a tia Silvia ligava pra casa e perguntava se me deixava de castigo ou não. Ela (Silvia) era quem mandava", disse. "A Vanice fofocava tudo", afirmou a menor. "Mas era a tia Silvia que mandava me acorrentar e ela (Vanice) obedecia.
Sanidade mental
Na terça-feira (22), o advogado de defesa, João Carvalho Matos, pediu ao Tribunal de Justiça (TJ) de Goiás a realização de exame de sanidade mental na empresária. Pedido semelhante foi rejeitado na semana passada pelo juiz José Carlos Duarte. O advogado também apresentou pedido de trancamento da ação penal contra o marido da empresária, o engenheiro civil Marco Antônio Calabresi Lima, e o filho, Thiago Calabresi Lima, além de propor a suspensão do processo.