O menino Chris Valente Pedroso Rodrigues, de quase 2 anos, não corre risco de morte e segue estável após ser internado ontem em coma alcoólico, na Santa Casa de Sertãozinho, interior de São Paulo. A criança foi levada ao hospital após ingerir cachaça, supostamente dada pelos pais. A mãe, Tereza de Lourdes Militão Pedroso, de 25 anos, e o pai, Edivar Rodrigues da Silva, de 30, que recolhem materiais recicláveis e moram num barraco da Vila Garcia, na periferia, foram presos.
O casal foi autuado por entregar substância que cause dependência física ou psíquica a criança ou adolescente, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê pena de dois a quatro anos de prisão. Tereza foi levada para a Cadeia Feminina de Pradópolis, e o marido, para a Cadeia de Jaboticabal. Ambos não pagaram a fiança mínima, de R$ 310 cada, por isso ficaram presos.
Segundo o delegado Pláucio Fernandes, vizinhos informaram que a ingestão de bebida alcoólica pelos filhos do casal (que têm outras quatro crianças) era uma prática recorrente. Uma garrafa plástica, com resquícios de cachaça, foi apreendida no barraco. A mãe tentou desviar a origem do caso, dizendo que o filho teria sido atropelado, mas exames clínicos não confirmaram isso. Fernandes disse que Chris foi encontrado, cambaleante, por um vizinho, perto de um córrego. “Ele poderia ter morrido afogado se caísse no córrego”, comenta o delegado.
Depois, um parente do menino o levou à Santa Casa. De acordo com o hospital, o menino recuperou a consciência ainda na noite de ontem e que seu quadro é estável e não corre risco de morte. Após receber alta, o menino deverá ficar sob a guarda da avó materna. Mas, antes disso, o caso será avaliado por um juiz.