O estudante Vinícius Ramos Siqueira da Silva , de 12 anos, é possivelmente a 26.ª criança morta por ter contraído dengue no Estado do Rio de Janeiro. Ele morreu quinta-feira no Hospital Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo seu pai, Jerônimo Gomes da Silva, o menino morava com a mãe na favela Santa Lúcia. "Ela é enfermeira, sabe muito bem como tratar a dengue. Mas o local é abandonado, moram ao lado de um ‘valão’", afirmou Jerônimo. Ele disse que a doença do filho foi confirmada no dia de sua morte.

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O caso de Vinícius ainda não entrou nas estatísticas oficiais da Secretaria Estadual de Saúde porque não foram concluídos os exames para confirmar a infecção. Vinícius pode ser a 50.ª vítima da atual epidemia de dengue no Estado.

Até a quarta-feira, a Secretaria Estadual de Saúde havia registrado 47 mortes por dengue em 2008. Na quinta, foi confirmada a morte de uma menina de 14 anos moradora da Praça Seca, zona Oeste, em um hospital de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

Na noite de quinta, um bebê, que seria a 49ª vítima da doença, morreu com suspeita de dengue no Hospital estadual Albert Schweitzer, em Realengo, na zona Oeste do Rio. O boletim médico indica que a causa da morte de Ana Clara Gonçalves, de apenas 7 meses, foi dengue, segundo a diretoria do hospital.

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A Secretaria de Saúde irá abrir uma sindicância para saber por que não havia pediatras no hospital no dia em que o bebê morreu. A médica que deveria estar de plantão pertence a uma cooperativa e faltou sem avisar. Se ela não apresentar justificativa, poderá ser demitida.

O apresentador Luciano Huck é mais uma vítima da dengue. Segundo sua empresária, Renata Colaferri, ele confirmou no sábado que estava infectado. Ele passou o fim de semana em Angra dos Reis, de repouso na cama, com a mulher, Angélica, e os filhos Joaquim e Benício.

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Passeata – Moradores do Rio fizeram hoje (23) de manhã na orla da cidade uma manifestação contra a dengue. Alguns dos participantes se fantasiaram de mosquito. O protesto foi organizado pelos sócios de uma casa lotérica do centro, que criaram uma forma inusitada de combater o Aedes aegypti.

O empresário Cleilton Menezes Júnior, um dos proprietários da casa de jogos, disse que as primeiras pessoas que levarem à lotérica um mosquito transmissor da dengue morto receberão um jogo da Mega-Sena. "Cada um tem que ajudar como pode. É o terceiro ano que fazemos essa campanha e, em uma semana, ‘arrecadamos’ mais de 70 mosquitos", disse.

Entre os participantes da passeata, a maioria já foi vítima da doença ou teve parentes infectados. É o caso da dona de casa, Lucia Loureiro, de 60 anos, que ficou sabendo da manifestação pela imprensa e decidiu participar: "Moro na Taquara (zona oeste), um dos bairros mais infectados. Já peguei a doença três vezes e mesmo assim vemos que tem vizinhos que ‘cultivam’ focos e a prefeitura não faz nada para impedir", lamentou.

Amanhã à tarde haverá uma reunião com representantes das secretarias municipais, estadual e do Ministério da Saúde. Foi criado um gabinete de gestão de crise que deverá divulgar terça-feira as primeiras medidas para combater a epidemia.