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Meninas mergulham em sonhos científicos

Quando entrava em uma loja de brinquedos, Nicóle Rolim dos Santos passava direto pelas estantes com bonecas e corria para o setor dos jogos de Física e Matemática. “Eu olhava, mexia, mas nunca tinha dinheiro para comprar”, contou a estudante, agora com 13 anos, cursando o 8.º ano do ensino fundamental em uma escola particular em Salto de Pirapora. “Minha escola é boa, mas estava sentindo falta daquele algo mais que me levasse a focar a área de Ciências.” Foi quando ela viu uma página no Facebook sobre “Meninas com Ciência”.

Nicóle conta que sentiu até um arrepio. “A página dizia: ‘Se você sonha em ser cientista, é curiosa e ama aprender coisas novas, inscreva-se’. Parece que estava falando direto comigo. Mostrei para minha mãe e ela só disse que, se era o que eu queria, devia ir em frente.” A mãe é professora na escola particular em que a filha estuda. O pai de Nicóle é vendedor e a família leva uma vida simples, em um bairro periférico da cidade de 43,5 mil habitantes. “Eu vi que muitas estudantes estavam se inscrevendo e fiquei meio assim, será que tenho chance? Então veio o chamado para começar o curso.”

Foi na primeira edição no Estado de São Paulo do projeto, que teve início em 2016 no Rio e, neste ano, será realizado pela primeira vez na capital – o evento será na Universidade de São Paulo (USP) entre outubro e dezembro e as inscrições vão começar no dia 10. Para participar, é necessário estar entre o 5.° e o 9.° ano do ensino fundamental e poder participar de todos os encontros, que vão ocorrer aos sábados. Serão 50 vagas, metade para alunas de escolas públicas e a outra para jovens de escolas privadas. Dependendo do volume de inscrições, haverá sorteio.

Nicóle conta que, nos quatro sábados de novembro de 2017, quando compareceu às aulas, dadas no câmpus de Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mergulhou em um mundo de sonhos. “As palestras eram sobre oceanografia, astronomia, farmacologia, microbiologia e outras matérias. Eu me interessei especialmente pela astrobiologia, que pesquisa a vida fora da Terra, em outros corpos celestes.”

Nicóle diz que, após o curso, passou a ter outro conceito de si mesma. “Eu achava que tinha de fazer um curso técnico para arrumar um emprego, mas agora vejo que existem outras áreas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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