Brasília

– Depois de reconhecer que “o nível dos programas eleitorais caiu”, o presidente em exercício, Marco Aurélio Mello, recomendou ontem aos candidatos a presidente que evitem a publicidade eleitoral gratuita para trocarem ataques pessoais e usem este tempo com o objetivo de apresentarem os projetos de governo ao eleitor. “Creio que não se deveria partir para o que eu denomino como denuncismo, com ataques pessoais. Vamos discutir as idéias dos candidatos e escolher bem aquele que nós queremos que seja o presidente do País nos próximos quatro anos”, disse Mello, que cumpre a quinta e última interinidade no cargo.

A próxima viagem do presidente Fernando Henrique Cardoso ao exterior será depois das eleições de 6 de outubro e o vice-presidente Marco Maciel poderá assumir o cargo, interinamente. “De certo modo, todos nós temos de reconhecer, com os pés no chão, que o nível do horário eleitoral na campanha caiu” declarou o presidente em exercício. “Precisamos, mais do que nunca, discutir os programas de cada candidato.” Ele indagou: “A quem interessam os ataques pessoais?”

Ontem, ao fim da aula no curso de pós-graduação no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), no Lago Sul, região nobre de Brasília, onde chegou vestindo trajes esportivos e dirigindo o próprio carro, um Alfa Romeo, Mello defendeu a instituição de uma lei eleitoral mais duradoura. “O que nós não devemos ter é uma lei para cada eleição”, disse, ao informar, no entanto, que essas mudanças no campo eleitoral dependem do Congresso.

Ele classificou como “positivo” o fato de a Lei Eleitoral de 1998 valer também para as eleições de 2002. “Nós precisamos nos acostumar com algo que é inerente à segurança jurídica, ou seja, precisamos de uma legislação estável”, declarou, afirmando que “não se conserta nada com novas leis”.

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