Mesmo enfrentando dificuldades financeiras, o Colégio de Aplicação (Coluni) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas, foi a mais bem colocada escola pública do País no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com 480 alunos que estudam pela manhã ou à tarde, a instituição tem à disposição toda a estrutura da universidade – a escola fica dentro do câmpus.

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No turno em que não estão recebendo o programa da grade curricular tradicional, os alunos fazem atividades extracurriculares. Na terça-feira, 4, eles estavam produzindo uma peça teatral, de acordo com a diretora em exercício da escola, Renata Pires Gonçalves. “Além disso, temos dedicação exclusiva de professores, a maior parte com doutorado, e alunos que passam por processo de seleção.”

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Em 2015, o colégio registrou 2.270 inscrições para o processo de seleção – recorde nos 51 anos de existência da escola. Apesar do resultado do Enem (a diretora ainda não sabia da posição da escola no ranking), Renata Pires acredita que a performance da instituição poderá não se repetir nos próximos anos. “O governo federal está acabando com as escolas, com a falta de recursos. Estamos tirando lâmpadas dos corredores para colocar nas salas de aula”, diz a diretora.

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O aluno do 3.º ano do ensino médio Pedro Cordeiro, de 18 anos, afirma que a estrutura do colégio é excelente, mas também reclama da falta de recursos. “Os professores são muito bons, mas os alunos do 1.º ano ficaram sem parte dos professores neste ano. Depois, conseguiram superar, porque correram atrás do programa que tem de ser passado.”

MEC

Segundo o Ministério da Educação, “os repasses financeiros são enviados às reitorias das universidades federais”, que têm autonomia administrativa para fazer a “aplicação e gestão dos recursos”. Em 2015, o MEC repassou à UFV R$ 83,5 milhões. Em 2016, foram 69,6 milhões até o momento – o orçamento é de R$ 109,7 milhões.