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Rio – Pouco mais de um mês após a demissão de Carlos Lessa da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por causa de atritos com membros do governo, especialmente com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o presidente do banco de fomento, Guido Mantega, recebeu ontem uma demonstração de apoio de Meirelles, que ressaltou ainda o papel da instituição para o desenvolvimento do País. "O presidente Mantega é o homem certo, no lugar certo, na hora certa", afirmou Meirelles, que veio ao Rio especialmente para o encontro, na sede do banco, e foi chamado de "meu amigo" pelo presidente do BNDES.

Antes de receber a imprensa (o encontro foi devidamente divulgado no dia anterior), os dois conversaram reservadamente por 45 minutos. O clima cordial entre eles deu espaço para Mantega defender uma das principais bandeiras de Lessa, afastado do cargo por discordar publicamente da política monetária do BC: a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Uma semana antes de sua exoneração, Lessa fez uma contundente crítica a Meirelles, a quem chamou de "regente de uma orquestra para desmontar o BNDES". Disse, também, que sua gestão no BC era "um pesadelo".

Mantega garantiu que o assunto TJLP não foi tratado durante a reunião com Meirelles, mas lembrou que para o presidente do BNDES é sempre bom que a taxa recue. Meirelles, que não deu nenhuma declaração de apoio à queda da taxa durante a gestão Lessa, não comentou se poderia haver movimentos futuros da TJLP, cuja trajetória é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Geralmente, a TJLP acompanha os movimentos da Selic, mas manteve-se inalterada em 9,75% ao ano nos últimos meses, independente da alta dos juros básicos.

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"Queria explicitar a minha satisfação de estar aqui no BNDES. Fomos colegas de CMN. Tivemos uma relação extremamente produtiva, de cooperação e de amizade", afirmou Mantega.

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