Carandiru vai ao chão. |
Na manhã de ontem, pontualmente às 11h, foram implodidos os pavilhões 6, 8 e 9 da Casa de Detenção do Carandiru, na zona norte de São Paulo, pondo um fim na história da penitenciária famosa por abrigar 8 mil presos e ser palco de tragédias como o “massacre do Carandiru” e a megarrebelião no ano passado.
A implosão foi acionada pelo governador Geraldo Alckmim (PSDB), pelo ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, e pelo secretário de Administração Penitenciária do Estado, Nagashi Furukawa, e durou pouco menos que os sete segundos previstos.
No local, será construído o Parque da Juventude, onde serão oferecidas atividades culturais, esportivas e educacionais gratuitamente.
Para que a implosão fosse um sucesso, foram necessários 250 quilos de explosivos, espalhados por três mil pontos de perfuração, que transformaram os pavilhões em 80 mil toneladas de entulho.
Apesar do procedimento não oferecer riscos, a área foi isolada nas proximidades e o trânsito local ficou interditado até o início da tarde. Para evitar que estilhaços de concreto voassem, a parte inferior dos prédios foi coberta por plástico.
Assim que os três pavilhões vieram abaixo, uma densa nuvem de pó espalhou-se pelo local.
Desativação
Segundo Alckmin, com a implosão dos pavilhões, inicia-se uma nova fase na história do sistema penitenciário brasileiro e um marco para a vida das pessoas que moram na cidade. “Estamos iniciando um novo momento, substituindo essa megaprisão totalmente inadequada e com uma história muito triste por unidades menores, com segurança e presos trabalhando. Ou seja, um sistema penitenciário hierarquizado, que inclui o preso provisório, penitenciárias fechadas, alas de progressão penitenciária, centro de ressocialização em parceria com o terceiro setor e penitenciária de segurança máxima.”
O projeto prevê ainda a desocupação de outros setores do Complexo Carandiru. Por enquanto, ficam mantidas apenas as unidades que abrigam a Penitenciária do Estado, a Penitenciária Feminina, o Centro Hospitalar e Observação Criminológica do Sistema Penitenciário, a Escola de Administração Penitenciária, a farmácia e as oficinais.
Criatividade
O Parque da Juventude terá uma área de 300 mil m2, onde serão realizadas atividades e oficinas com o objetivo de desenvolver a potencialidade criativa dos adolescentes e a preparação para futuras alternativas de emprego. “Com a construção do parque, vamos olhar para frente e cuidar dos nossos jovens”, ressalta Alckmim, avisando que a primeira fase da obra terá início nos próximos dias.